quarta-feira, 13 de abril de 2016

CERVEJA, COMO TUDO COMEÇOU...

Cerveja, hoje compramos com grande facilidade, mas como começou, quem a criou, veja agora mesmo uma pequena parte da história desta grande ou até mesmo fantástica descoberta para alguns...


Não é tarefa fácil determinar em que período terá sido produzida a primeira cerveja. Acredita-se que essa tarefa seja talvez tão antiga como a própria agricultura. De facto, sabe-se que o Homem conhece o processo de fermentação há mais de 10.000 anos e obtinha nessa época, mesmo em pequenas quantidades, as primeiras bebidas alcoólicas.


Afirma-se que a descoberta da cerveja se deu pouco tempo depois do surgimento do pão. Os sumérios e outros povos teriam percebido que a massa do pão, quando molhada, fermentava, ficando ainda melhor. Assim teria aparecido uma espécie primitiva de cerveja, como "pão líquido". Várias vezes repetido e até melhorado, este processo deu origem a um gênero de cerveja que os sumérios consideravam uma “bebida divina”, a qual era, por vezes, oferecida aos seus deuses.

A civilização egípcia floresceu quase que inteiramente às margens do rio Nilo. As cheias do rio fertilizavam o solo, permitindo o desenvolvimento da agricultura. Os egípcios plantavam trigo, centeios, cevada, etc...


Diversos estudos arqueológicos realizados na região do Nilo Azul, atual Sudão, comprovaram que, cerca de 7000 a.C., os povos locais produziam uma bebida a partir de sorgo que seria semelhante à nossa cerveja. Análises químicas efetuadas aos depósitos residuais do fundo de um pote recolhido num campo arqueológico neolítico iraniano, datado de 5500 a.C., confirmaram a existência local de bebidas alcoólicas e especificamente de cerveja. 

Ninkasi, A deusa da cerveja



Mas a prova arqueológica mais concreta que temos relativamente à produção de cerveja é proveniente da Mesopotâmia, mais propriamente da Suméria. Tratam-se de inscrições feitas numa pedra, relativas a um cereal que se utilizava em algo similar à produção de cerveja. Também desta civilização foi encontrada uma placa de barro (selo), recolhida em Tepe Gawra e datada de cerca de 4000 a.C., onde se vêm duas figuras que bebem possivelmente cerveja de um pote, utilizando para isso longas palhas, tradicionalmente usadas para aspirar a bebida e evitar a ingestão dos resíduos de cereal. Aliás, o Hino a Ninkasi (c. de 1900-1800 a.C.), a deusa da cerveja dos Sumérios é, na realidade, uma receita de cerveja. Refira-se, por curiosidade, que Ninkasi significa algo como "senhora que enche a boca". A nomeação mais corrente da cerveja suméria é sikaru, feita a partir da fermentação de grãos de cereal.

 Placa suméria de à volta de 3000 a.C. que regista a atribuição de porções de cerveja a trabalhadores sumérios. Direita: representação de uma placa com o “Hino a Ninkasi” 


Hino a Ninkasi
Nascida da água corrente (…)
Delicadamente cuidada por Ninhursag
Nascida da água corrente (…)
Delicadamente cuidada por Ninhursag


Tendo fundado a tua cidade pelo lago sagrado,
Ela terminou as suas grandes muralhas por ti,
Ninkasi, tendo fundado a tua cidade pelo lago sagrado,
Ela terminou as suas grandes muralhas por ti.


O Teu pai é Enki, Senhor Nidimmud,
A Tua mãe é Ninti, a rainha do lago sagrado,
Ninkasi, o Teu pai é Enki, Senhor Nidimmud,
A Tua mãe é Ninti, a rainha do lago sagrado.


Tu és a única que manuseia a massa,
 com uma grande pá,
Misturando numa cova o bappir com ervas aromáticas doces,
Ninkasi, Tu és a única que manuseia
a massa com uma grande pá,
Misturando numa cova, o bappir com tâmaras ou mel.


Tu é a única que assa o bappir
no grande forno,
Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas,
Ninkasi, Tu és a única que assa
o bappir no grande forno,
Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas,


Tu és a única que rega o malte
colocado no chão,
Os cães fidalgos mantém distância, até mesmo os soberanos,
Ninkasi, Tu és a única que rega o malte
colocado no chão,
Os cães fidalgos mantém distância, até mesmo os soberanos.


Tu és a única que embebe o malte num cântaro
As ondas surgem, as ondas caem.
Ninkasi, Tu és a única que embebe
o malte num cântaro
As ondas surgem, as ondas caem.


Tu és a única que espalha a pasta cozinhada
em largas esteiras de palha,
O arrefecimento acontece.
Ninkasi, Tu és a única que espalha
a pasta cozinhada em largas esteiras de palha,
O arrefecimento acontece.


Tu és a única que segura com ambas as mãos
o magnífico líquido doce,
Fermentando-o com mel e vinho
(Tu, o doce sumo para o eleito)
Ninkasi, (…)
(Tu, o doce sumo para o eleito).


A cuba filtradora, que faz
um som agradável,
Tu colocas apropriadamente no topo de
num grande barril coletor.
Ninkasi, a cuba filtradora,
que faz um som agradável,
Tu colocas apropriadamente no topo de
num grande barril coletor.


Quando tu despejas a cerveja filtrada
do barril coletor,
é como os barulhos dos cursos

do Tigris e do Euphrates.
Ninkasi, Tu és a única que despeja
a cerveja filtrada do barril colector,
é como os barulhos dos cursos
do Tigris e do Euphrates




E viva aos mestres cervejeiros ou deuses ou padeiros enfim se gostou curta e compartilhe, se não gostou deixe seu comentário e nos dê uma sugestão...




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